A resposta aqui não pode ser apenas Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Se você chegou aqui nessa página é porque você quer entender mais sobre esse transtorno, certo?

Então vamos lá, o TDAH é um dos transtornos do neurodesenvolvimento, assim como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a Deficiência Intelectual (DI). Quando falamos em Neurodesenvolvimento estamos nos referindo a fenômenos que ocorrem durante o desenvolvimento e a maturação do sistema nervoso central, cérebro principalmente. Se ocorrerem de forma diferente do esperado, leva a algumas alterações de funcionamento do órgão, que bem sabemos é super nobre a todos nós.

Esse desenvolvimento diferenciado do cérebro, vamos resumir assim, leva a uma variação na forma como os neurônios se conectam e também na forma como a parte externa, córtex cerebral, se desenvolve.

Na sessão Neurologia Cognitiva deste site você encontra o resumo de algumas funções corticais do cérebro. Vamos entender que cada parte do cérebro é responsável por uma função diferente do cérebro. Por exemplo, porções laterais internas são responsáveis pela memória, porções posteriores são responsáveis pela visão.

No caso do TDAH, a porção frontal é a que está acometida, ali ocorreu a questão relacionada ao neurodesenvolvimento.

Você já aprendeu que o TDAH é uma variação do desenvolvimento cerebral. Agora vamos responder o que leva a essa variação.

Entendemos hoje que são fatores neurobiológicos. Ou seja, fatores intrínsecos ao próprio paciente. Dentre esses fatores a genética é o grande fator associado. É exatamente por isso que vemos tantos familiares, pais e filhos, acometidos pelo transtorno.

Aqui é muito importante lembrar que ser genético não necessariamente quer dizer ser hereditário. No nosso Instagram @casal.neurologista, você encontra posts explicando a diferença.

No caso do TDAH, há grande hereditariedade. Por isso, "passa" de pai para filho.

Estamos acostumados a ver doença que são causadas pelo gene X ou Y, mas no caso do TDAH ainda não foi descoberto um único gene que levaria ao problema. Entendemos que hoje é multigênico, ou seja, decorrente da ação de vários genes.

Para responder a essa pergunta, eu quero apresentar para você um questionário que nós utilizamos e divulgamos para suspeitar se existe o problema.

O nome dele é ASRS 18. Veja bem, ele não dá diagnóstico de TDAH. Ele é usado para rastreio, ou seja, levantar a suspeita e direcionar a investigação para o problema.

Clique aqui é tenha acesso a esse questionário que você poderá responder agora!

Não deixe para depois, teste agora!

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), um dos transtornos neuropsiquiátricos mais comuns da infância e da adolescência, frequentemente persiste em adultos.

Antes pensava-se que a maioria desaparecia no adulto, agora muitos estudos descobriram que a maioria das pessoas com diagnóstico de TDAH na infância continua a atender aos critérios para o transtorno na idade adulta.

Estudos epidemiológicos, estes que nos mostram o quanto o problema é comum, estimaram a prevalência atual em 4,4% nos Estados Unidos.

Outros transtornos costumam ocorrer junto com o TDAH em adultos, incluindo transtornos depressivo e ansiedade, transtorno de uso de substâncias e transtorno explosivo intermitente. Eles podem muitas vezes dificultar o diagnóstico do TDAH e é por isso que vemos muitos pacientes sendo tratados para esses problemas sem ainda ter tido o diagnóstico do TDAH.

O TDAH em adultos é caracterizado por sintomas de desatenção, impulsividade e inquietação, resultando em comprometimento funcional.

Além disso, temos o grande comprometimento das funções executivas, que é muito comum e geralmente é o que mais chama atenção dos pacientes. Nesse ponto há dificuldade de organização, planejamento e execução.

A desregulação emocional é frequentemente observada nesses pacientes.

Assista os nossos vídeos dessa página e do nosso Instagram @casal.neurologista descubra muito mais sobre os sintomas do TDAH no adulto.

Em relação ao diagnóstico, ele é feito através da avaliação clínica. Não é necessário e nem mesmo recomendados realizar exames complementares, ressonância ou eletroencefalograma ou qualquer outro, para se estabelecer o diagnóstico.

É muito comum a dúvida sobre quantas consultas é necessário para se estabelecer o diagnóstico. Em geral ele pode ser dado em apenas um atendimento. Entretanto, há casos em que pode ser necessário a participação do Psicologia ou da Neuropsicologia na elaboração do diagnóstico. Em geral é necessário nos casos leves ou nos casos em que os critérios diagnósticos não sejam prontamente atendidos.

Acredite, a discussão sobre tratamento daria páginas e mais páginas de texto. Vou trazer para você o mais importante, os principais passos do tratamento. Aqui mesmo nessa página tem um vídeo "Como é a minha consulta da TDAH?" e vale a pena você assistir para entender mais sobre o tratamento.

Vamos lá! Para a maioria dos adultos com TDAH apenas, sugerimos a primeira linha de tratamento que é feita com os psicoestimulantes. São as anfetaminas e o metilfenidato.

Para adultos com TDAH com déficits proeminentes no funcionamento executivo (de organização, planejamento e execução), o tratamento medicamentoso é complementado pela terapia cognitivo-comportamental (TCC). Nesse caso é muito importante a adesão a psicoterapia, porque é exatamente ela que vai orientar a como contornar os problemas causados pelo TDAH.

Agora, para adultos que tenham também ansiedade e depressão, o tratamento apresenta particularidades. Vocês já aprenderam que ansiedade e depressão são muito comuns junto com o TDAH, por isso devemos estar sempre atentos a esses problemas.

Lembrem-se, nosso Instagram @casal.neurologista está cheio de material sobre TDAH. Vem com a gente.